Inter aposta em educação financeira e planeja lançar cursos para investir
O investidor brasileiro tem diante de si um cenário com um número crescente de alternativas para começar a sua jornada e se aprofundar no mercado. Para o Inter (BIDI11), o caminho passa pela educação financeira e isso significa que há uma oportunidade gigantesca.
Dentro desse modelo, o investidor adquire o conhecimento necessário para tomar as próprias decisões de alocação de recursos, escolher como fazer a diversificação e gerir a sua própria carteira. E o próximo passo para o Inter pode estar na área de cursos voltados para quem investe.
“Nós acreditamos que haja um potencial gigantesco na área de cursos, e aí não só como fonte de remuneração para a companhia mas também como fonte de educação financeira para o cliente final. Existe a possibilidade de oferecermos cursos”, afirmou Priscila Salles, CMO (executiva-chefe de Marketing) do Inter, à EXAME Invest.
“Queremos abrir os olhos do investidor para que ele conheça as possibilidades, pesquise, teste outras plataformas. Isso no fim do dia é positivo para todo o mercado. Não vamos dizer onde ele deve investir, acreditamos que isso é uma escolha que cabe a ele”, disse a executiva do banco digital.
Segundo Priscila Salles, o investidor está cada vez mais informado e vai questionar certas práticas do mercado. “A grande instituição financeira, a grande corretora, não vai ser mais a detentora da informação”, afirma.
Outra novidade que deve ser lançada nos próximos meses, dentro do entendimento de que o aprendizado em investimento pode começar desde cedo, é a possibilidade para que menores de 18 anos possam operar na bolsa por meio do home broker.
Essa visão de ganha-ganha com o amadurecimento do investidor levou o Inter a distribuir fundos de todo o mercado em sua plataforma de investimentos, e não apenas aqueles que são da casa, como ainda é costume dos grandes bancos.
A estratégia tem trazido resultados positivos. O Inter tem cerca de 1,8 milhão de clientes que são investidores, o que representa cerca de 15% da base total de 12 milhões de clientes do banco ao fim do segundo trimestre.
Desse universo de investidores, quase um em cada quatro (425 mil clientes) possuem ações custodiadas.
Segundo a executiva, o Inter abre em média 600 mil contas por mês, das quais de 100 mil a 130 mil são de clientes que entram também com investimentos.
Os números mostram que o Inter já consegue superar um dos principais desafios dos bancos digitais, que é fazer o cliente ir além da abertura gratuita da conta e fazer uso de serviços e produtos que possam rentabilizar a operação.
Videoconferência no app
Alinhado à visão da relevância da informação para o investidor, o Inter acaba de lançar um serviço de videoconferência com advisor, dentro do app, para clientes dos segmentos Black (a partir de 250 mil reais investidos no banco) e Win (a partir de 1 milhão de reais).
O investidor tem acesso à agenda do advisor e daí pode marcar até duas reuniões virtuais por mês para tirar dúvidas, receber orientações e outras finalidades.
Na outra ponta, os advisors apresentam informações como cenários da economia, potencial de retorno de carteiras e sugestões de ativos, sem, no entanto, apontar quais deveriam ser as escolhas.
“Queremos que os clientes aprendam mais sobre investimentos para que possam, depois, entrar na plataforma, estudar as possibilidades e movimentar a carteira da forma como quiserem”, afirma Salles.
Segundo a CMO do Inter, quanto maior o volume investido, mais complexas costumam ser as decisões de investimento e necessidade de diversificação, o que justifica a decisão de, em um primeiro momento, oferecer o serviço de videoconferência apenas para clientes Black e Win.
Em um segundo momento, a partir das avaliações iniciais, o serviço poderá ser estendido para clientes do segmento logo abaixo, o One, com investimentos no banco a partir de 50 mil reais.
Matéria: Marcelo Sakate
Fonte: Exame
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